(Laura)
Acordei com os beijos do Rodrigo nas minhas costas nuas. Apesar de adorar os seus beijos pela manhã, hoje era dos dias em que me apetecia ficar a dormir até tarde.
- Bom dia princesa! – Disse-me enquanto abri os olhos. Puxei o lençol para cima de forma a tapar o meu corpo. Virei-me ficando de barriga para cima e assim pude ver o seu lindo sorriso a crescer nos seus lábios.
- Bom dia, meu amor! – Disse enquanto me espreguiçava. Olhei para o relógio e vi que nem nove horas eram. – Deixa-me dormir mais um bocadinho. – Pedi e virei de costas para ele. Não disse nada e levantou-se ido na direcção da casa de banho. Vesti a minha roupa interior e a camisola dele que estava no meio do chão e voltei e enfiar-me dentro da cama. Aconcheguei-me ainda mais aos lençóis e ainda puxei o cobertor para cima de forma a ficar mais quentinha e aconchegada. Ouvi a água do chuveiro a escorrer por isso supus que fosse tomar um duche antes do treino dele da manhã. Estava a tentar pegar no sono novamente quando ele entra no quarto indo logo destapar-me. Deu-me uma palmada no rabo e pegou-me como se fosse um saco de batatas.
Não percebi o que ele pretendia fazer até que entrou na casa de banho e me meteu debaixo do chuveiro. Nem tive tempo de barafustar.
Como a água estava tão gelada que me encolhi de frio. Enquanto eu tremelicava de frio ele ria-se feito parvo.
- Vais paga-las! – Falei muito devagar pois não parava de tremelicar. Despi a camisola dele que tinha vestido á pouco tempo ficando apenas em roupa interior. Mandei a camisola encharcada na sua direcção com intenção de lhe acertar mais como a minha falta de pontaria era muita não lhe consegui acertar.
- Sabes amor, tens de treinar melhor essa tua pontaria. – Gozou comigo. Simplesmente fingi que não ouvi. Regulei a água para que esta ficasse mais quente. E depois lentamente despi as únicas peças de roupa que me restavam no corpo com ele sempre a olhar. Percebi que ele me olhava enquanto me despia e mordia ligeiramente o lábio. Despiu-se também e veio juntar-se a mim que já passava com a esponja pelo meu corpo. Estava de costas para ele. Senti uma das suas mãos na minha cintura e com a outra desviou os meus cabelos molhados para depositar alguns beijos no pescoço. Ele sabia que esse era o meu ponto fraco, que adorava quando ele fazia isso. Tentava resistir ao máximo mas como era mais forte que eu não aguentei e virei-me beijando-o.
Depois de um bom tempo dentro do chuveiro a namorar decidimos sair pois já estávamos a ficar com a pele enrugada. Ele saiu primeiro e depois de enrolar uma toalha em volta da sua cintura deu-me uma toalha para que me pudesse limpar. Estava-me a dirigir para o quarto quando ele me puxa ficando frente a frente com os nossos corpos colados.
- Estás chateada comigo? – Perguntou mostrando que estava verdadeiramente arrependido.
- Sabes que posso ficar doente? – Fingi estar aborrecida com ele.
- Se ficares doente, eu posso ser o teu enfermeiro e assim posso cuidar de ti. – Disse dando-me beijos desde do meu ombro até ao pescoço.
- Olha que nem é má ideia. Mas sou uma paciente muito chatinha.
- Eu faço tudo pela minha princesa. – Disse aproximou-se de mim e beijou-me.
- És tão piroso.
- Ai é! Quer dizer eu estava a ser um querido e tu vens dizer que sou piroso! – Gargalhei com a cara de ofendido que fez.
- É. Mas és só um bocadinho. – Os seus lábios roçaram nos meus e no momento em que ele me ia beijar mordi-lhe o lábio e depois sai daquela divisão.
Ainda o ouvi resmungar mas não liguei muito. Acabei de me vestir e ele ainda não tinha saído da casa de banho. Achei estranho pois ele não é daquelas pessoas que fica uma eternidade em frente ao espelho.
Entrei dentro da casa de banho e não vi ninguém até que a porta no meio do nada se fecha. Olho para trás e sem perder tempo ele puxa-me com alguma brusquidão encostando-me a porta que anteriormente tinha sido fechada e beijou-me fazendo-me entrelaçar as pernas na sua cintura.
Prolonguei o beijo, o máximo possível mas a falta de ar fez-nos termina-lo. Eu sinceramente não estava nada á espera de um beijo daqueles. É de certo que nos beijávamos muitas vezes durante o dia mas já não dávamos um beijo daqueles á bastante tempo, nem mesmo ontem á noite. Foi um beijo intenso e bastante apaixonado.
Sorrimos os dois.
- Isso é por me teres negado o beijo á pouco. – Voltou a sorrir. Este homem deixava-me louca. Ele pousou-me no chão e apanhou a toalha que tinha enrolada á cintura que tinha caído enquanto nos beijávamos.
- Despacha-te! Eu vou preparar o pequeno-almoço. – Disse enquanto me preparava para sair do quarto. Ele apenas me mandou um beijo.
Fui até á cozinha onde preparei o nosso pequeno-almoço. Olhei para o relógio e este marcava 9:30. Tinha de me despachar porque ao meio-dia tinha que estar na escola com o Frederico para fazermos a matrícula dele. Estava a acabar de cortar o pão quando sinto as mãos do Rodrigo na minha cintura. Aproximou-se mais de mim e abraçou-me por trás dando-me pequenos beijos na bochecha. Ele sentou-se começando a prepara o seu café. Coloquei o pão de cima da mesa e sentei-me ao seu colo.
- Amor. – Olhei-o. – Almoças comigo hoje? – Perguntou enquanto punha o pão a torrar.
- Se a matricula do Frederico for rápida, sim.
- E a que horas é?
- Ao meio-dia. Mas em princípio deve ser rápido.
- Então tu e o Frederico vêm almoçar comigo. Pode ser? – Disse mostrando um enorme sorriso.
- Pode. – Disse enquanto punha manteiga nas suas torradas visto que para ele tornava-se um pouco difícil já que eu estava sentada a seu colo.
Depois de ter preparado o meu pão com fiambre, roubei-lhe um pouco da sua torrada enquanto ele mastigava o que tinha na boca. Como fobado que ele é, começou a resmungar.
- Hey! Esse bocadinho de pão era meu. Tens o teu.
- Mas o teu pão sabe melhor.
- Fazias um para ti. – Para o chatear ainda mais, dei outra trinca na torrada. Ele olhou-me e pegou no meu pão e deu uma grande dentada no pão. E quando digo grande foi mesmo grande comeu-me metade do pão.
Acabamos de comer e colocamos a loiça. Ia começar a lava-la quando ele me impende, afirmando que a empregada depois lavava.
Puxou-me até ao sofá sentando-me no seu colo. Começou por me dar uns beijos no pescoço para depois me beijar com fervor. Com a sua mão percorreu a minha perna descoberta já que estava a usar calções. Colocou a sua mão dentro da minha camisola mas como estava gelada fez com que me arrepiar. Ficamos um pouco a namorar até ser horas de ir para casa buscar o meu irmão.
A viagem foi feita com muita conversa e mimos á mistura. Era fácil falar com ele, alias desde que o conheci que sempre consegui manter uma conversa com ele. Foi uma de muitas coisas que me fez apaixonar por ele. Para além de ele ser carinhoso, amável e ser uma pessoa bastante simpática.
Rapidamente chegamos á porta do meu prédio, ele saiu do carro para se despedir, como ele disse, em condições. Chegou ao pé de mim e agarrou de tal maneira que fiquei encostada ao carro devido á brusquidão e beijou-me. As minhas mãos que anteriormente estavam no seu peito rodearam o seu pescoço.
Ficamos momentos assim pois pouco tempo, ouvimos um tossir forçado. Olhamos para o sítio de onde provinha o tossir e vimos o Salvador que se apressou a gozar com a situação.
- Sabem que há crianças por perto?! E que vos podem ver nestas poucas-vergonhas. Por isso é que existem quartos. – Riu-se. O Rodrigo ficou um pouco envergonhado com o comentário e escondeu a cara no meu pescoço como se fosse uma criança pequenina envergonhada quando conhece uma pessoa nova.
- Até parece que nunca fizeste. Alias até já fizeste pior. – Relembrei-lhe a situação que tinha acontecido a um pouco mais de um ano, quando ele foi apanhado a fazer sexo com uma cliente frequente da oficina do pai dele que naquele momento era casada mas que devido ao que acontecera se divorciou.
O Salvador não disse mais nada, apenas se despediu e foi-se embora.
- És tão mazinha. – Gargalhou.
- Eu?! Ele é que devia estar calado. – Ele apenas me deu um pequeno beijo nos lábios.
- Bom, agora tenho de ir senão chego atrasado ao treino. -Voltou-me a beijar e depois dirigiu-se para a porta do condutor.
- Tem cuidado.
- Até parece que não tenho.
- Pois mas estás em Chelas e aqui todo o cuidado é pouco. Não te esqueças que foi aqui perto que o Ricardo Quaresma foi assaltado.
- Está bem. Vou ter o máximo cuidado possível. Amo-te.
- Também te amo. – Ele entrou no carro e segui o seu caminho e eu dirigi-me para casa. Assim que abri a porta a minha mãe começou logo a barafustar.
- Já viste as horas, Laura Maria? Já são quase 11 horas. A que horas pensas ir com o teu irmão a fazer a matricula? – Bufei. Ainda agora cheguei é já me está a chatear a cabeça.
- Bom dia também p’ra ti. Estou bem e tu? Que eu saiba a matricula do Frederico é só ao meio dia portanto ainda tenho algum tempo. – Sorri forçadamente.
- Laura Maria, tu não falas assim comigo. Eu sou tua mãe.
- Eu sei. Consta no meu B.I.
- Realmente desde que começaste a namorar com aquele jogadorzeco que mudaste imenso.
- Primeiro não fala assim do Rodrigo e segundo eu continuo a mesma pessoa, você é que mudou desde que eu comecei a trabalhar.
- Tu cada vez mais me desiludes. – Doeu ouvir isto. Dói bastante quando os nossos próprios pais dizem que os desiludimos. – Tu sabes bem que eu queria que fosses para a universidade.
- E dinheiro? Onde é que eu tinha dinheiro para pagar a universidade? – A minha mãe ia responder mas a entrada do meu irmão fez com que a discussão ficasse por aqui.
- Mana! – Correu até mim e abraçou-me.
- Olá meu amor! - Disse-lhe dando-lhe um beijo na testa.
- Estava a ver que nunca mais vinhas.
- Desculpa Atrasei-me um pouco. – Ouvi a minha mãe murmurar alguma coisa mas ignorei. – Vai buscar o casaco e vamos embora. – Ele fez o que pedi e foi buscar o casaco e depois foi avisar a mãe que iríamos embora. Apanhamos o metro e pouco tempo depois chegamos á escola. Mal entramos na escola, o Frederico foi ter com os colegas com quem brincou um pouco.
Metemo-nos na fila e pouco a pouco a fila ia diminuindo. Enquanto eu respondia á mensagem que a Bianca tinha mandado, o meu irmão entregava os papéis. Estava a acabar de escrever a mensagem quando ouço a auxiliar a dizer uma coisa ao meu irmão que me fez passar das estribeiras.
O que terá dito a auxiliar?