sábado, 18 de maio de 2013

7º Capítulo

Eu sei que ele não queria dizer nada, que ele não sabe da minha infância, mas é um defeito da maneira como é que eu cresci. Eu fico defensiva sempre que alguém menciona a minha mãe, faz me querer chorar e gritar ao mesmo tempo. A mesma coisa acontece sempre que alguém pergunta pelo pai da Sofia. Eu levanto-me muito rápido e corro para o meu quarto. Ele vira-se e só me vê a ir embora.

- JESS! JESS!

Ele está agora a bater na minha porta, ele não pára.

- HEY! Jess, abre a porta.- Eu não digo nada, só à espera que ele se vá embora. – Jess, sai quando quiseres, eu estarei à tua espera. – E eu não acredito que ele saiu, é como se ele tivesse lido a minha mente. Eu vou à casa de banho meto um bocado de água na cara e volto para a sala, vejo que ele está no sofá à minha espera a beber a minha cerveja e a folhear o jornal. Eu sento-me ao lado dele e digo:

- Desculpa. Há certas coisas sobre as quais eu não gosto de pensar.

- Eu entendo. Só para que saibas, estou aqui caso precises.

- Obrigada. Enttão vamos começar a comer e a ver o filme. Estou a morrer de fome.

- Claro. – Ele toca play no filme e passa-me uma das caixas com comida e uns paus chineses. Eu descalço-me, ponho os pés no sofá e sento-me enroscada ao lado dele. Estávamos os dois senntados no sofá, a comer da comida um do outro, quando o meu telemóvel toca, eu olho parao ecrã e vejo o nome da Laura no ecrã.

- Podes pausar o filme? Eu tenho de atender, eu vou tentar ser rápida.

- Claro.

Eu pego no meu telemóvel, levo-o para o meu quarto e atendo-o.

- Hey, L.

- Hey. Costumas estar online a esta hora. O Fred queria falar contigo.

- Oh. Mete-o ao telefone.

- Ele já se foi deitar.

- Oh. Ok. Pede-lhe desculpa.

- Claro. Estás bem? Fiquei preocupada quando não apareceste.

- Não é preciso ficares. É só porque...

- Porquê? Jess?

- Tenho companhia.

- O quê? Tu estavas a ter sexo quando atendeste o telemóvel?!

- NÃO. És uma porca Laura.

- Calma. Isso significa que se calhar há alguém com quem tu queres ter mais do que apenas sexo.

- Não significa isso.

- Sim significa. E tu Jess não o podes negar. Eu vou te deixar ir mas eu quero detalhes em breve.

- Yeah. Yeah. Beijos. Falamos em breve.

- Bye.

Eu desligo a chamada e fico a pensar no que ela disse. Eu não estou numa relação séria desde o Jon, e eu tinha 18, nessa altura; claro que houve algumas coisas um bocado mais sérias mas nunca mais do que três meses. E eu podia usar a desculpa da Sofia, que eu não queria que ela se apegasse mas ela está crescida fora de casa agora, essa dessculpa já não funciona. A Sof e a L já me disseram isso milhares de vezes, que eu preciso de crescer, de passar à frente de um amor que acabou à 21 anos.

Eu afasto a minha mente de qualquer um destas questões que me irá com certeza deixar-me acordada durante a noite.

- Desculpa lá.

- Não há problema. Está tudo bem?

- Sim.

- Eu sento-me no sofá, encostando-me ao braço do sofá e meto os meus pés em cima das pernas dele e passo-lhe uma cerveja, enquanto abro uma para mim. Tirando também uma caixa de comida para mim.

- Podes pôr play.

- Ok.

Ele volta a pôr o filme, enquanto eu vou comendo pedaços de porco da minha caixa. Eu continuo a ver o filme, esta foi a primeira comédia romantica que eu levei a Sofia a ver no cinema, ela tinha 8 anos e estava nervosa que não lhe deixassem ver o filme. Tinha visto este filme tantas vezes que eu própria consigo recitar as cenas.

Quando o filme acaba, eu olho para o lado e vejo que ele está a dormir, por isso já que os meus pés ainda estão no colo dele, começo a passá-lo pela sua virilha aproximando-o cada vez mais do membro dele, ele mexe-se no sofá, mas não acorda, contínuo a estimulá-lo com o pé até que ele solta um gemido. Eu retiro o meu pé, e ajoelho-me no chão, e começo por desapertar as calças, descendo-as juntamente com os boxers para baixo o suficiente para o seu material ficar de fora, exposto para mim, os olhos dele ainda fechados estão. E penso que se calhar ele não está a pensar em mim, mas isso não me impede de lhe beijar a ponta, e não seria a primeira vez. Eu beijo-a outra vez, sopro três vezes, beijo outra vez e sugo duas vezes. Ele volta a gemir e diz algo incoerente. Eu massajo lhe as bolas, e ele volta a gemer mas desta vez o que sai da sua boca dele é coerente, eu oiço dizer.

- Oh... Jess...

Isto é incentivo suficiente para mim, e eu meto-o na minha boca, a mão dele agarra o meu cabelo com força, as mãos dele vão passando por ele, enquanto a minha boca o vai preenchendo, de baixo a cima, de cima a baixo. Ele continua a gemer, e a gritar o meu nome, eu consigo sentir que ele está para se vir a mão dele agarra o meeu cabelo com mais força, a outra agarra bem o sofá, ele tenta avisar-me que ele se está para vir, mas eu não ligo e dexo-o vir-se na minha boca, tomando-o como um shot.

Eu tiro a minha boca dele, olho para ele, e ele está com um ar completamente satisfeito. Eu penso em beijar-lhe naquele preciso momento, mas depois lembrei-me que nunca é bom servir um gajo com o seu próprio esperma, muitos deles não gostam, já levei, graças a isso. Mas ele pega-me na mão e puxa-me para cima e sento-me nas pernas dele depois de ele já ter puxado os boxers para cima, uma perna de cada lado, quando ele me ataca os lábios, não querendo saber que eu saiba como ele, as mão dele estão outra vez no meu cabelo assegurar a minha cabeça o mais junto à dele e ficamos no sofá aos beijos até as mãos dele dirigem-se para as minhas pernas, ele pega-me ao colo, afasta os lábios dele dos meus e diz:

- Agora é a tua vez.

E leva-me para o quarto.

domingo, 12 de maio de 2013

6º Capitulo

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(Laura)
Enquanto lia o e-mail que a Jess me tinha mandado, ia soltando algumas gargalhadas. Realmente ela continuava a mesma. Desliguei o computador e assim que me levantei para vestir o pijama, pois já não iria sair, entra a minha mãe com uma colher de pau.
- Não ouviste falar contigo, Laura Maria? – Falou a bater com a colher na mão. Odiava quando ela me chamava Laura Maria. Antes já me chamava isso quando me postava mal o que era muito raro mas desde que tinha deixado de estudar para trabalhar começara a chamar-me isso, todos os santos dias.
- Não. – Respondi com a maior calma enquanto procurava um elástico para prender o cabelo.
- Tu não me fales assim, Laura. Eu quando te liguei disse-te que te queria em casa com o teu irmão o mais tardar cinco horas e tu apareces duas horas depois. Onde estivestes? – Falou com um tom mais rígido. A colher de pau continuava a bater na mão contrária á que segurava.
- Estive com o Rodrigo porquê? – Sabia que isso a ia chatear mas pouco me importei. Também sabia perfeitamente que ela não aceitava o meu namoro com o Rodrigo. Sempre falara que éramos de classes sociais e por isso não iria durar muito. Ela sempre quis que eu namorasse, casasse e tivesse filhos com o Gustavo, filho de uns amigos da minha mãe. Isso não fazia muito sentido pois tinha o visto uma ou duas vezes, não mais e o rapaz tinha 16 anos.
- Agora nas tuas folgas só sabes estar com ele. – Falou com repulsa.
- Pois. Tenho de aproveitar as folgas que tenho para estar com ele. Porque ao contrário de muitas pessoas, eu trabalho tenho pouco tempo livre. – Atirei de rajada. Sabia que a minha mãe não ia gostar de ouvir isto mas certamente estava farta das bocas da minha mãe.
Assim que acabei de falar a minha mãe levantou a colher de pau com intenções de me bater mas foi travada pelo meu pai que devia estar á porta do quarto a ouvir a conversa.
- Tu não queres fazer isso. – Falou o meu pai calmamente. A minha mãe olhou-o, baixou a colher e abandonou a divisão. – Porque é que provocas a tua mãe dessa maneira? – Perguntou-me depois de se sentar a meu lado na cama.
- Ela é que começou. – Defendi-me.
- Eu sei quem começou. – Falou novamente calmamente. Quando ele falava desta maneira fazia-me acalmar completamente. – Mas tu também deitas talhas para o fogo.
- Eu sei. – Baixei o olhar. - Mas odeio quando ela fala do Rodrigo com aquele tom de voz. Parece que é um bicho-de-sete-cabeças.
- Não vamos exagerar. É só de uma cabeça. – Sorriu. – Dá tempo ao tempo. Vais ver quando deres por isso já a mãe aceitou o vosso namoro.
- Mas se tu aceitas-te bem porque é que ela não o fez? – Por mais que eu não quisesse mostrar sentia-me triste por a minha mãe não aceitar o meu namora com o Rodrigo. Pequenas lágrimas começaram a brotar nos meus olhos.
- Sabes eu ao início também fiquei com receito quando soube do vosso namoro. – Olhei-o surpreendia. – Pensei que ele iria fazer mal á minha menina mas depois de o conhecer acreditei que ele gostava mesmo de ti. Pude ver da forma que ele te olhava. E soube logo que ele iria cuidar bem da minha menina. E vi que não valia a pena ter esse receio. - Quando acabou de falar colocou a mão no queixo e levantou-me a cabeça. De seguida limpou cuidadosamente as lágrimas que teimavam a cair.
Mas foi impossível sorrir com que ele disse. De certa forma tranquiliza-me e fazia-me perceber que podia contar com ele para tudo.
- Agora põe um sorriso nessa cara linda que daqui a pouco vamos jantar. – Fiz o que ele me disse e sorri.
Antes de abandonar a divisão deu-me um beijo na testa. Aproveitei que o jantar não estava pronto para vestir o meu pijama.
Não demorou muito para me chamarem para jantar. O ambiente á mesa estava estranho, constrangedor. Apenas o meu pai e o meu irmão falavam. De vez em quando a minha mãe olhava-me de lado mas já me tinha habituado a isso.
Só queria que este jantar acabasse depressa. Como hoje era a minha vez de limpar a cozinha, assim o fiz.
Acabei de limpar a cozinha e fui para o quarto onde tentei ligar umas quantas vezes á Jess mas em nenhuma ela atendeu. Olhei para o relógio e já era um pouco tarde portanto decidi deitar-me e apagar as luzes. Assim que o fiz a luz do meu telemóvel acendeu. Vi que era a Jess a retomar a chamada.
Atendi e estivemos a falar durante uns breves minutos pois ela estava a trabalhar.
Depois de acabar de falar com ela, deitei-me e rapidamente adormeci.

***
Acordei com a claridade a entrar pela janela do quarto. Coloquei a almofada em cima da cabeça para que a claridade que se fazia sentir no quarto não me afectasse.
Deixei-me ficar um pouco mais na cama mas por pouco tempo pois o Frederico entra no quarto e começa a saltar na cama.
- Mana acorda. – Falou continuando a falar. – Acorda já é dia!
Fiz-lhe a vontade e levantei-me. Tomei um duche rápido e depois vesti-me.
 
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Como hoje iria trabalhar decidi vestir um conjunto que normalmente não utilizo muito.
Tomei o pequeno-almoço juntamente com o meu irmão pois o meu pai já devia estar a caminho do emprego e quanto á minha mãe, bem, não faço a mínima por onde andará.
- Mana posso ir jogar á bola com o Manel? – Perguntou-me depois de eu ter acabado de lavar a loiça do pequeno-almoço.
- Podes mas leva as chaves que vou sair.
- Onde vais? – Perguntou atirando-se para cima do sofá.
- Vou trabalhar. – Falei como fosse óbvio. – Mas antes ainda vou passar pela oficina do Salvador. – Falei enquanto vestia o casaco e metia as chaves na carteira. – Até logo. – Fui até ele e depositei um beijo na testa.
Sai de casa e desci as escadas rapidamente, assim que abri a porta do prédio aparece a minha mãe carregada com sacos. Deduzi que tivesse ido ás compras.
- Onde vais? – Perguntou assim que olhou para mim.
- Trabalhar. – Falei calmamente.
- Humm. Pensei que ias ter com o Rodrigo. – Falou com desprezo. – Mas também não trabalhas muito longe dele. – Continuou a falar com aquele tom de voz que odeio.
- Até logo. – Falei antes que lhe dissesse alguma coisa que mais tarde me viesse a arrepender.
Caminhei devagar até á oficina, onde iria encontrar o Salvador. Não era muito longe portanto cheguei rápido.
Assim que entrei na oficina não havia ninguém portanto decidi chama-lo.
- Salvador! – Falei um pouco mais alto para que ele me ouvisse. Em resposta ao meu chamamento obtive um barulho esquisito.
O que será e quem terá feito aquele barulho esquisito?

domingo, 5 de maio de 2013

5º Capítulo

(Jess)

É sexta-feira.

Finalmente é sexta, odeio isto mas tenho estado à espera do dia, estou com medo que ele não apareça (não que seja algo de estranhar).

clip_image002Eu penso em arranjar-me, vestir algo como se fossemos sair, mas no fim decido por umas calças de ganga velhas e uma t-shirt velha (que acho que nem minha é, mas sim da Sofia) e enfio uns chinelos nos meus pés, prendo o meu cabelo para cima. Vou para a sala, sento-me no sofá enrolada num cobertor e decido começar a compor algo que tem estado preso na minha cabeça nos últimos dias, passado meia hora, tinha perdido a noção de tudo o que estava a acontecer à minha volta até a companhia tocar, e vou abrí-la tendo já perdido qualquer lembrança que estaria à espera dele.

- Hey! – Ele diz quando eu abro a porta, ele estava bom como sempre, numas calças de ganga e uma camisa fora das calças, o cabelo dele estava todo selvagem e não tão arrangado como costuma estar (sinceramente prefiro-o assim), ele cheirava otimamente, perfume simples mas sofisticado. Ele carregava em saco cheio de chinês e dois filmes na mão.

- Olá. Desculpa a confusão, quando começo a compor perco a noção do tempo. – Eu digo, enquanto tiro o lápis que tenho espetados no cabelo e solto-o. Ele olha para mim como se eu fosse encantada de alguma maneira, ele está totalmente a “comer-me” com os olhos. Eu vejo que ele não está a fazer nenhum esforço para entrar, por isso eu pego na mão dele e puxo-o para dentro.

- Não é preciso ficar à porta, ou estás à espera de um convite por escrito.

- Desculpa. – Ele diz, e eu consigo ver que ele está completamente nervoso.

- Deixa a comida na bancada, podes pôr o casaco na cadeira, se preferires há cabides no quarto, é a porta ao fundo do corredor, caso não te lembres. – Ele tenta dizer algo mas eu paro-o. – Então que filmes trouxeste? Espero que seja algo bom. E comida o que tens? – Eu não consigo parar de falar, o meu cérebro não se cala, parte de mim quer que ele se vá embora, porque não quero ser magoada outra vez, a minha boca continua a falar mas eu não tenho a mínima noção do que digo e acho que ele ainda não disse nada. De repente, eu consigo senti-lo a aproximar-se, até que ele está tão próximo que sinto a sua respiração no seu pescoço, até que ele me vira e os lábios dele chocam com os meus, o meu cérebro pára, porque tudo se concentra nos lábios dele, a forma como eles sentem ao pé dos meus, como eles sabem (whisky mas tapado com sabor a menta), como as mãos dele se interlaçam no meu cabelo e quando estou preste a abrir a boca para deixar a sua língua explorar, ele afasta-se, deixando-me ir, deixando-me contra o sofá sem palavras. Ele olha para mim com um sorriso maroto na cara.

- Só pensei que podias querer descansar a língua.

Com isto agarro nele e puxo-o contra mim, beijando-o outra vez mas desta vez as nossas línguas exploram a boca um do outro. As minhas pernas pouco tempo tem antes de se enrolarem à volta da cintura dele, as mãos dele encontram o caminho para debaixo da minha camisola em menos de 10 segundos, enquanto as minhas ainda se agarram ao sofá, mas quando a minha mão está prestes a fazer o caminho para dentro das calças dele, ele afasta-se.

- Acho que devíamos deixar isto para mais tarde.

- Ok. Só queria arranjar algo mais construtivo para fazer com a minha língua. E se precisares da casa de banho é mesmo ao lado do meu quarto.

- Obrigada.

Ele dirige-se para lá (só espero que ele apenas esteja a refrescar-se e não a bater uma – mesmo que essa me ideia me deixe um bocado mais excitada).

clip_image004Eu vou para a cozinha ver o que ele trouxe para comer – arroz xau-xau, pato à pequim, galinha com ananás e pão chinês, ponho tudo num tabuleiro e levo para o sofá, gritando:

- O que bebes?

- Tens cerveja? – Ele diz já regressando da casa de banho.

- Claro.

- Lata ou garrafa?

- Garrafa. – Eu tiro duas do frigorifico.

- Precisas de copo.

- Nah.

Eu dirigo-me para a sala e vejo-o lá, sentado no sofá, descalço com os pés em cima da mesa e eu passo-lhe a cerveja, ele também aproveitou e pôs os meus papeis de lado.

- Sabes a maior parte das pessoas não tira os sapatos ao entrar em casa de alguém.

- A não ser que seja chinês.

Enquanto ele diz isto eu salto para o sofá e sento-me ao lado dele, ele mete o braço a minha volta, puxando-me para ele e eu não me afasto de volta.

- Então que filmes trouxeste?

- Notting Hill, mas depois pareceu-me que tu não gostavas lá muito de romances.

- Eu adoro-os. Eu só não acredito neles.

- Porquê?

- Porque sim.

- Então continuamos com a regra de nada pessoal?

- Não sejas estúpido e mete o filme.

- Estão não me gloogaste?

- Não.

- A sério.

- Sim. Agora, levanta-te e mete o filme.

- Não há palavra mágica?

- Despacha-te. –Eu digo-lhe enquanto lhe dou uma chapada no rabo.

- A tua mãe não te ensinou boas maneiras.